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  • Última modificação do post:27 de junho de 2024
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Foto do fruto do café
Foto: Rodrigo (Unsplash)

Você já parou para pensar quem teve a genial ideia de torrar grãos e tornar isso uma das melhores maravilhas do mundo, o café?

Essa é uma bebida venerada globalmente, indo além da função primária como estimulante para se tornar um fenômeno cultural e econômico.

Atualmente, o café é a segunda commodity mais negociada do mundo, possuindo uma imensa importância econômica.

Culturalmente, o café está presente nas tradições de muitos países: é o espresso após o almoço na Itália, a cerimônia de preparo na Etiópia, e no Brasil, o “cafezinho” é um símbolo de hospitalidade.

Aqui no país, o ciclo do café teve um papel importante na formação econômica e cultural do país, especialmente durante o século XIX e além.

Vem com a gente e veja mais sobre a origem do café!

História do café

A lenda da descoberta do café nas terras altas da Etiópia é muito interessante e remonta ao século IX.

De acordo com a história, um pastor etíope chamado Kaldi percebeu um comportamento incomum em suas cabras depois que elas consumiram os frutos de uma determinada planta.

As cabras ficaram notavelmente mais ativas e enérgicas após comerem esses frutos. Curioso com esse efeito peculiar, Kaldi decidiu experimentar os frutos por si mesmo.

Para sua surpresa, ele também experimentou uma onda de energia e vitalidade após consumi-los.

Esses frutos, como a lenda diz, eram grãos de café, e a planta em questão era o Coffea arabica, uma das espécies mais comuns de café cultivadas até hoje.

A história de Kaldi é uma parte importante da mitologia em torno das origens do café, simbolizando a descoberta acidental de uma das bebidas mais populares do mundo.

Uma breve timeline do café

Após sua descoberta nas terras altas da Etiópia, o café começou a se espalhar pela região do Oriente Médio, na Península Arábica, durante os séculos seguintes.

Esse processo de disseminação do café foi fundamental para sua transformação de uma simples planta para uma bebida apreciada em toda a região.

Para facilitar o entendimento, vejamos como aconteceu a disseminação ao redor do mundo:

Primeiros cultivos

O café foi introduzido na Península Arábica durante o século XV e acredita-se que os primeiros a cultivá-lo na região foram os iemenitas, que começaram a cultivar café na região de Yemeni em torno do século XV.

O café foi inicialmente consumido como uma bebida energética e estimulante, especialmente pelos sufis muçulmanos, que o usavam para ajudar na concentração durante suas práticas espirituais.

Conforme o café se tornava mais popular, começaram a surgir espaços sociais dedicados à sua preparação e consumo.

Os primeiros cafés, conhecidos como “qahveh khaneh”, foram estabelecidos em cidades como Meca e Medina, na Arábia Saudita, durante o século XVI.

Esses estabelecimentos tornaram-se locais de encontro onde as pessoas se reuniam para conversar, fazer negócios e até mesmo ouvir música..

Expansão da produção

A crescente demanda por café estimulou a expansão da produção na Península Arábica e os agricultores começaram a cultivar café em outras regiões além do Iêmen, como na Arábia Saudita e na região do Mar Vermelho.

A introdução do café na cidade portuária de Moca, no Iêmen, foi particularmente importante, pois a partir dali o café era exportado para outras partes do mundo.

A chegada no ocidente

Durante o século XVII, o café começou a ser exportado para o mundo ocidental por comerciantes europeus.

O primeiro café europeu foi aberto em Veneza, Itália, em 1645, e rapidamente se espalhou por outras cidades importantes da Europa, como Londres, Paris e Amsterdã.

O café tornou-se uma mercadoria valiosa e lucrativa, impulsionando o comércio internacional e o desenvolvimento econômico em várias regiões.

A colonização e seu papel na disseminação do café ao redor do mundo

A colonização europeia foi um importante evento para a expansão global do cultivo de café, especialmente nas Américas e em outras regiões tropicais.

No século XVII, os europeus introduziram o café nas colônias espanholas e portuguesas nas Américas, impulsionando uma produção em larga escala.

Basicamente, esse modelo se baseia no uso intensivo de mão de obra escrava africana, permitiu uma exportação maciça de café para a Europa, fortalecendo a economia colonial, mas também perpetuando a exploração e o sofrimento humano.

Além das Américas, a colonização europeia também levou o café para outras regiões tropicais, como o Sri Lanka, Índia e África Oriental, transformando esses lugares em importantes pólos de produção de café.

Durante o período colonial, os europeus introduziram inovações na produção e no comércio de café, melhorando técnicas de cultivo, processamento e transporte, e estabelecendo rotas comerciais globais.

No entanto, essa expansão também teve consequências que trazem marcas até o presente momento, como a exploração e o sofrimento dos trabalhadores escravizados nas plantações de café.

Quais são os principais produtores de café atualmente?

O Brasil se destaca como líder indiscutível da produção de café,ultrapassando 66 milhões de sacas anualmente, seguido pelo Vietnã, com 27,5 milhões de sacas.

A Colômbia, famosa por seu café suave e de alta qualidade, contribui com 11,5 milhões de sacas.

A Indonésia e a Etiópia, com 9,7 e 8,3 milhões de sacas respectivamente, também são importantes players no cenário mundial.

Outros países notáveis incluem a Índia, com 6 milhões de sacas, e Honduras, com 5,7 milhões.

A indústria do café contemporânea

Uma das principais tendências da indústria do café é a adoção de práticas de agricultura regenerativa, que visa a produção sustentável de café e a restauração dos ecossistemas locais.

A inteligência artificial também está revolucionando o setor, com tecnologias avançadas que aumentam a eficiência e a qualidade do café produzido.

Além disso, a indústria tem visto um impulso na governança eficiente, com uma busca por transparência e responsabilidade social e ambiental em todas as etapas da cadeia de produção.

Outras inovações incluem o uso de drones, sensores e satélites para melhorar o processo produtivo e a implementação de sistemas de rastreabilidade para garantir a qualidade e a origem dos grãos. Superinteressante, não é mesmo? Se você curtiu esse artigo, não deixe de conferir a nossa série de artigos sobre o café aqui no nosso blog.