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  • Última modificação do post:4 de junho de 2024
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garrafas de vinho deitadas
Foto: Gusaap (Pixabay)

IP, DO, DOC, AOC, DOCG, DOCa e IGT são algumas das siglas que podem estar presentes nos rótulos dos seus vinhos.

As denominações de origem são certificações que indicam a procedência do vinho. Para uma vinícola receber um destes selos é necessário seguir algumas regras e exigências que vão do campo à elaboração do vinho.  

Esse reconhecimento agrega valor ao vinho, enaltecendo a sua história, cultural local e tradição de uma região produtora.  

As primeiras denominações de origem surgiram no século 18, primeiro em Portugal, no Douro, e depois na Hungria.  O objetivo era garantir que o português vinho do Porto e o húngaro Tokaji não fossem falsificados e tivessem suas características mantidas.

A partir disso, várias outras regiões do mundo se organizaram na criação de suas denominações de origem, para garantir a procedência e a qualidade do vinho produzido.

Conheça algumas siglas presentes nos rótulos dos vinhos Brasileiros, Portugueses, Franceses, Italianos e Espanhóis:

Denominações de origem nos vinhos do Brasil

IG – Indicação Geográfica: permite ao consumidor identificar facilmente os rótulos que possuem um “certificado de origem”.

IP – Indicação de Procedência: regiões que se tornaram reconhecidas na produção de vinhos.

DO – Denominação de Origem: os vinhos apresentam qualidades ou características que se devem essencialmente ao meio geográfico.

Curiosidade: A primeira Indicação de Procedência reconhecida no Brasil foi o Vale dos Vinhedos, em 2002, que posteriormente, em 2012, foi transformada em Denominação de Origem.

Denominações de origem nos vinhos de Portugal

DOP – Denominação de Origem Protegida: vinhos elaborados em uma região específica e de acordo com a regulamentação.

DOC – Denominação de Origem Controlada: menção tradicional para vinhos das regiões produtoras mais antigas e sujeitos a legislação própria.

IG -Indicação Geográfica: produzidos numa região específica e elaborados com castas típicas dessa região, sendo pelo menos 85% das uvas.

IGP – Indicação Geográfica Protegida: produtos com qualidade determinada por origem geográfica. Pelo menos uma das fases de produção deve ocorrer nessa área específica.

Vinhos regionais: produzidos em regiões DOC, mas como não respeitam uma regra de produção ou elaboração não são catalogados com a certificação de Denominação de Origem Controlada.  Para denominar os vinhos regionais, utiliza-se a região de onde eles provêm.

Denominações de origem nos vinhos da França

AOC – Appellation d’Origine Contrôlée: indica a região específica do país que o vinho pertence.

IGP – Indication Géographique Protégée: relação entre a região geográfica específica e o nome do produto.  No mínimo 75% das uvas devem vir da área geográfica de sua produção.

Vin Payas ou VdP – Vinho regional: é aplicada a vinhos que não foram produzidos conforme as regulamentações de origem, mas que continuam a apresentar um forte caráter regional, característico de um determinado terroir.

Denominações de origem nos vinhos da Italia

DOP – Denominação de Origem Protegida: produtos que são elaborados em uma região específica

DOCG – Denominação de Origem Controlada e Garantida: reservada para os vinhos de valor especial, isto é, para aqueles que tiveram a certificação DOC por pelo menos cinco anos, e passaram por exames para análises minuciosas.

DOC – Denominazione di Origine Controllata: poucas regiões têm esse selo. Estes vinhos são produzidos em uma área determinada, e as suas características são fixadas em regulamentos.

IGT – Indicação Geográfica Típica: reconhecimento da qualidade atribuída aos vinhos de mesa. É uma referência a indicação da área geográfica que pertencem, categoria da uva e a safra.

IGP – Indicação Geográfica Protegida: não exige que todas as fases de produção sejam executadas naquela região, basta uma delas.

STG – Specialità Tradizionali Garantite: é atribuída a produtos elaborados de acordo com uma receita tradicional original ou método de produção específico.

Denominações de origem nos vinhos da Espanha

DO – Denominación de Origen: uma região vitivinícola deve estar em conformidade com várias condições de produção, que se aplicam tanto à gestão do vinhedo, quanto às técnicas de vinificação.

DOQ – Denominación de Origen Calificada: para obter essa certificação a vinícola deve ter mantido status de DO por um período mínimo de dez anos.

VP – Vino de Pago: oriundos de um vinhedo único e devem ser produzidos seguindo as condições representativas da região, sendo totalmente elaborados e engarrafados dentro da propriedade.

VldT – Vinos de la Tierra: Para um vinho receber essa classificação, pelo menos 85% deve vir de uma região nomeada com características de terroir que entreguem certo caráter à bebida.

VC – Vino de Calidad: são elaborados em uma determinada região ou localidade e as uvas devem ter a mesma origem. Esta categoria é como um passo intermediário para a Denominação de Origem.  Uma região deve passar no mínimo cinco anos como VC antes de solicitar o status DO.

DOCa – Denominación de Origen Calificada: mais alta qualificação regional. Esta denominação deve comercializar todo o vinho a partir de vinícolas registradas e localizadas na área geográfica delimitada, com rigoroso sistema de qualidade, controle e quantidade.

Vale ressaltar que um vinho que não tenha uma dessas certificações não significa, necessariamente, que seja de má qualidade. Então a dica é: explorar o mundo do vinho, observar os detalhes, mas não deixar de saborear um bom vinho com prazer, tendo ele selo ou não.