IP, DO, DOC, AOC, DOCG, DOCa e IGT são algumas das siglas que podem estar presentes nos rótulos dos seus vinhos.
As denominações de origem são certificações que indicam a procedência do vinho. Para uma vinícola receber um destes selos é necessário seguir algumas regras e exigências que vão do campo à elaboração do vinho.
Esse reconhecimento agrega valor ao vinho, enaltecendo a sua história, cultural local e tradição de uma região produtora.
As primeiras denominações de origem surgiram no século 18, primeiro em Portugal, no Douro, e depois na Hungria. O objetivo era garantir que o português vinho do Porto e o húngaro Tokaji não fossem falsificados e tivessem suas características mantidas.
A partir disso, várias outras regiões do mundo se organizaram na criação de suas denominações de origem, para garantir a procedência e a qualidade do vinho produzido.
Conheça algumas siglas presentes nos rótulos dos vinhos Brasileiros, Portugueses, Franceses, Italianos e Espanhóis:
Denominações de origem nos vinhos do Brasil
IG – Indicação Geográfica: permite ao consumidor identificar facilmente os rótulos que possuem um “certificado de origem”.
IP – Indicação de Procedência: regiões que se tornaram reconhecidas na produção de vinhos.
DO – Denominação de Origem: os vinhos apresentam qualidades ou características que se devem essencialmente ao meio geográfico.
Curiosidade: A primeira Indicação de Procedência reconhecida no Brasil foi o Vale dos Vinhedos, em 2002, que posteriormente, em 2012, foi transformada em Denominação de Origem.
Denominações de origem nos vinhos de Portugal
DOP – Denominação de Origem Protegida: vinhos elaborados em uma região específica e de acordo com a regulamentação.
DOC – Denominação de Origem Controlada: menção tradicional para vinhos das regiões produtoras mais antigas e sujeitos a legislação própria.
IG -Indicação Geográfica: produzidos numa região específica e elaborados com castas típicas dessa região, sendo pelo menos 85% das uvas.
IGP – Indicação Geográfica Protegida: produtos com qualidade determinada por origem geográfica. Pelo menos uma das fases de produção deve ocorrer nessa área específica.
Vinhos regionais: produzidos em regiões DOC, mas como não respeitam uma regra de produção ou elaboração não são catalogados com a certificação de Denominação de Origem Controlada. Para denominar os vinhos regionais, utiliza-se a região de onde eles provêm.
Denominações de origem nos vinhos da França
AOC – Appellation d’Origine Contrôlée: indica a região específica do país que o vinho pertence.
IGP – Indication Géographique Protégée: relação entre a região geográfica específica e o nome do produto. No mínimo 75% das uvas devem vir da área geográfica de sua produção.
Vin Payas ou VdP – Vinho regional: é aplicada a vinhos que não foram produzidos conforme as regulamentações de origem, mas que continuam a apresentar um forte caráter regional, característico de um determinado terroir.
Denominações de origem nos vinhos da Italia
DOP – Denominação de Origem Protegida: produtos que são elaborados em uma região específica
DOCG – Denominação de Origem Controlada e Garantida: reservada para os vinhos de valor especial, isto é, para aqueles que tiveram a certificação DOC por pelo menos cinco anos, e passaram por exames para análises minuciosas.
DOC – Denominazione di Origine Controllata: poucas regiões têm esse selo. Estes vinhos são produzidos em uma área determinada, e as suas características são fixadas em regulamentos.
IGT – Indicação Geográfica Típica: reconhecimento da qualidade atribuída aos vinhos de mesa. É uma referência a indicação da área geográfica que pertencem, categoria da uva e a safra.
IGP – Indicação Geográfica Protegida: não exige que todas as fases de produção sejam executadas naquela região, basta uma delas.
STG – Specialità Tradizionali Garantite: é atribuída a produtos elaborados de acordo com uma receita tradicional original ou método de produção específico.
Denominações de origem nos vinhos da Espanha
DO – Denominación de Origen: uma região vitivinícola deve estar em conformidade com várias condições de produção, que se aplicam tanto à gestão do vinhedo, quanto às técnicas de vinificação.
DOQ – Denominación de Origen Calificada: para obter essa certificação a vinícola deve ter mantido status de DO por um período mínimo de dez anos.
VP – Vino de Pago: oriundos de um vinhedo único e devem ser produzidos seguindo as condições representativas da região, sendo totalmente elaborados e engarrafados dentro da propriedade.
VldT – Vinos de la Tierra: Para um vinho receber essa classificação, pelo menos 85% deve vir de uma região nomeada com características de terroir que entreguem certo caráter à bebida.
VC – Vino de Calidad: são elaborados em uma determinada região ou localidade e as uvas devem ter a mesma origem. Esta categoria é como um passo intermediário para a Denominação de Origem. Uma região deve passar no mínimo cinco anos como VC antes de solicitar o status DO.
DOCa – Denominación de Origen Calificada: mais alta qualificação regional. Esta denominação deve comercializar todo o vinho a partir de vinícolas registradas e localizadas na área geográfica delimitada, com rigoroso sistema de qualidade, controle e quantidade.
Vale ressaltar que um vinho que não tenha uma dessas certificações não significa, necessariamente, que seja de má qualidade. Então a dica é: explorar o mundo do vinho, observar os detalhes, mas não deixar de saborear um bom vinho com prazer, tendo ele selo ou não.