Você chega no supermercado, loja especializada ou em um restaurante e se depara com uma infinidade de rótulos de vinhos, com valores que estão entre R$ 20,00 a R$ 500,00 por exemplo, e aí, como saber qual escolher?
Você pensa, por que os valores variam tanto? Qual vinho é bom? O mais caro?
Pois bem, saiba que nem sempre um vinho mais barato é ruim ou um vinho caro é delicioso, a sua escolha precisa levar em conta o que você está disposto a pagar por esse vinho, o que está buscando com aquela garrafa, e principalmente, que tipos de aroma você gosta ou para qual harmonização você está buscando a bebida. No entanto, é bacana compreender que essas variações de valor ou a percepção sobre um vinho ser de qualidade, passa por alguns pontos importantes como: a reputação do rótulo, a tradição, a região produtora, o terroir, se passou ou não por madeira, tempo de guarda, a safra, o processo de vinificação e maturação, entre outros detalhes.
Listamos alguns fatores principais que contribuem para o valor e a notoriedade de um vinho.
Tradição e reputação – Garrafas de produtores ou lugares famosos como as cidades francesas de Bordeaux, Borgonha e Champagne agregam no seu preço algo que vai além do líquido, por serem locais de referência na produção de vinhos e por despertarem curiosidade e desejo nos apreciadores da bebida.
Vinificação – Todas as etapas da produção do vinho, inclusive o plantio, o cuidado, a colheita das uvas e o armazenamento, influenciam na qualidade e no custo da bebida. Saiba mais sobre viticultura aqui!
Produção artesanal – A colheita feita manualmente é um dos pontos que interferem nas características do produto final. Os processos artesanais são mais demorados e exigem um acompanhamento minucioso de uma equipe de especialistas, o que faz com que a mão de obra tenha um custo mais elevado.
Já uma vinícola que conta com mais máquinas fazendo a função humana, tem a possibilidade de ter um custo de produção menor. Conheça mais sobre a profissão de enólogo.
Vinhas velhas – esse é um termo que se refere à idade dos vinhedos, que produzem geralmente menor quantidade de frutos, porém com mais qualidade conforme a idade da planta avança.
Quanto mais antiga a videira, mais enraizada no solo e mais componentes extrai dela. Plantas com mais idade têm menos cachos, mas os frutos são mais concentrados e complexos em aromas e sabores dando origem a uma bebida muito diferenciada.
Uma vinha madura é a que tem entre 12 e cerca de 20 anos.
Terroir – O termo francês “terroir” é utilizado para se referir a diversos fatores relacionados à produção de um vinho: o solo, o clima, a altitude, as chuvas e o relevo. Esses fatores determinam as características do vinho, por isso, vinhos produzidos em locais que apresentam um ambiente totalmente adequado para a plantação das uvas, produzem vinhos de alta qualidade, o que aguça a procura e a curiosidade de muitos amantes do vinho.
Denominações de origem – esse termo está relacionado a produção do vinho. É um sistema de certificação que garante a qualidade e a origem da bebida. Essa certificação é utilizada para determinar um padrão nas diferentes etapas de elaboração do vinho, estabelecendo uma identidade.
Envelhecimento e maturação do vinho – A maturação é um processo que pode ocorrer durante a elaboração de um vinho, entre os períodos de fermentação e envase da bebida. É um estágio inicial de envelhecimento do vinho em barris de carvalho, foudres (tonéis de madeira), tanques de inox, entre outros.
As barricas servem para amaciar os taninos do vinho e conferem aromas como coco (barricas americanas) e baunilha (barricas francesas). Esse processo pode durar meses ou anos.
Já o envelhecimento do vinho é um processo indicado para rótulos específicos e pode ocorrer dentro da garrafa, entre os períodos de envase e abertura do rótulo.
Esse tipo de vinho possui uma complexidade maior, conferindo uma experiência sensorial distinta.
Safra – é o ano que aparece nos rótulos das garrafas, indicando o período de colheita das uvas. Uma boa safra, com clima ideal, favorece a qualidade das uvas o que é determinante para que um vinho seja mais caro ou barato.
Demanda – Quando a procura por um determinado tipo de vinho é maior do que a oferta, os preços acabam subindo, como estratégia de alcançar o equilíbrio de mercado. Além disso, alguns rótulos são produzidos em pequenas quantidades em decorrência de alguma escassez, ligada a fatos históricos ou naturais com uma praga por exemplo, que pode destruir plantações.
Crítica especializada – Um vinho que recebe comentários de críticos renomados ou boas notas em guias especializados, permite que a vinícola produtora ganhe prestígio e, consequentemente, tenha suas próximas safras valorizadas.
Embalagem – tipos de vidros ou outros recipientes, tipos de fechamento como rolhas e tampas de rosca, rótulos e caixas para embalar a garrafa ou a lata. Esses itens também geram custo, e tudo isso é embutido no valor final dos vinhos.
Questões econômicas – as flutuações do câmbio, as taxas de importação, os impostos e crises financeiras, atuam diretamente no preço dos vinhos.
Transporte – A distância e o tipo de transporte no processo de importação também são considerados no momento da precificação. Os vinhos são mercadorias frágeis e delicadas e por isso, devem ter um cuidado especial.
Uma transportadora especializada terá containers refrigerados ou malhas e mantas térmicas, que são também uma excelente solução para o transporte dos vinhos.
Qualquer descuido durante o transporte pode impactar na qualidade da bebida, afetando a cor, o sabor e o aroma.
Por fim, se um vinho é caro ou barato o que importa é a descoberta. Apreciar um bom vinho é estabelecer um momento especial e independente do líquido que está dentro da garrafa, o que deve ser prioridade é a oportunidade de apreciar e desfrutar de algo que vai além da bebida. Se quiser saber escolher um bom vinho. Confira aqui! Santé!